Um dos maiores desafios dos investigadores na sintetização deste novo material foi a manutenção da durabilidade e características de trabalhabilidade do cimento original. Ao contrário dos materiais poliméricos fotoluminescentes, o betão fabricado com o cimento fosforescente é capaz de resistir à ação da radiação ultravioleta sem se deteriorar prematuramente ao longo do tempo. Dessa forma, sendo capaz de manter o seu desempenho mecânico por um período similar ao do betão corrente.
O desenvolvimento de um cimento com propriedades óticas alteradas, que permitisse a transmissão e reflexão da luz teve por base processos químicos orgânicos.
De acordo com os investigadores, o processo passa pela promoção da policondensação com elementos de sílica, resíduos industriais, hidróxido de sódio e potássio e água.
O processo de produção deste cimento geopolimérico realiza-se à temperatura ambiente, não requerendo o uso de altos fornos, o que implica a geração de uma pegada ecológica muito mais baixa que a associada aos mecanismos de fabrico do cimento Portland corrente ou à sintetização de plásticos fosforescentes.
A aplicabilidade deste cimento fotoluminescente sustentável é muito ampla, podendo ser utilizada em compartimentos interiores (com as óbvias condicionantes deste tipo de espaço) e fachadas de edifícios, parques de estacionamento e na sinalização rodoviária, entre muitos outros.
Depois de exposto à luz solar durante o período diurno, o betão fabricado com o novo cimento pode gerar luz durante 12 horas, um período mais do que suficiente para que a sua aplicação seja prática e possa trazer benefícios imediatos à indústria da construção.