A cidade de São Paulo concentra 25 mil piscinas distribuídas em condomínios, residências e clubes, entre outros empreendimentos. Estima-se que os procedimentos de manutenção desses equipamentos de lazer consumam cerca de 1,2 bilhão de litros de água por ano. Uma solução simples, implantada no sistema de limpeza, pode reduzir esse desperdício e permitir que a água seja reutilizada em outras atividades. “Por exemplo, na higienização de áreas comuns, rega de jardins – se for previamente tratada – ou outras aplicações que não envolvam o consumo humano”, explica Paulo Rodrigues Félix, sócio-gerente da Avante Treinamentos, empresa que oferece cursos para administradores de condomínios.
Para o processo de reúso, é necessária a instalação de um reservatório na saída do sistema de limpeza. Com isso, em vez de a água ser encaminhada para o esgoto, acaba sendo coletada. É indicado que água passe por uma peneira fina se armazenada em cisterna ou reservatórios. “Esse filtro não é necessário quando o volume for retido em tambor ou usado diretamente em máquinas de alta pressão, como as empregadas na lavagem das áreas comuns”, afirma o profissional. Impurezas comuns em piscinas, como folhas, poeira e resíduos de protetores ou bronzeadores, são retiradas no próprio sistema de limpeza.
“Esse filtro não é necessário quando o volume for retido em tambor ou usado diretamente em máquinas de alta pressão, como as empregadas na lavagem das áreas comuns.”
—Paulo Rodrigues Félix
Se o reaproveitamento acontecer na mesma semana em que houve a captação, a água não precisa de nenhum tipo de tratamento, pois passou recentemente pelo sistema de limpeza. O reúso só não é recomendado para a água de piscina que atravessa longos períodos sem tratamento. “Isso porque o custo da filtragem é muito elevado e o investimento não compensa se comparado aos ganhos financeiros proporcionados pelo reúso”, afirma Félix.
Além da economia de água, os empreendimentos que adotam a alternativa têm outros benefícios, como a diminuição no valor pago às concessionárias públicas de abastecimento. “Essas empresas também cobram pela água que sai pelo esgoto”, lembra o profissional. Mesmo os condomínios que apresentam um excedente de água, podem aproveitar a solução. “Esses edifícios repassam para empreendimentos da vizinhança o volume coletado. Sempre tem alguém interessado em água”, complementa.
Segundo Félix, o reúso de água de piscina é prática que ainda engatinha no Brasil. “O lado positivo é que, quando a informação chega ao gestor ou aos responsáveis pela execução das manutenções, não existem barreiras para implantar a solução. Até o momento, só ouvi elogios de quem optou por essa alternativa”, diz.
“Piscinas coletivas são aspiradas de uma a três vezes por semana, conforme uso e frequência. Sendo assim, nesse tipo de piscina, é possível reutilizar de quatro mil a 12 mil litros mensais.”
—Paulo Rodrigues Félix
SISTEMA DE LIMPEZA
A limpeza da água da piscina é executada por meio do encaminhamento desse volume para uma bomba (filtro), através de dispositivos como mangueiras, sugadores, bocal de aspiração, coadeira e ralo de fundo. Puxada pela motobomba, a água suja chega ao pré-filtro, onde as sujeiras maiores são retidas. Já as demais impurezas são retidas no filtro. Após ser limpa, segue o caminho de volta à piscina pela tubulação de retorno. A bomba, o filtro e as tubulações são dimensionados conforme o volume de água usado na piscina.
As impurezas retidas no filtro precisam ser retiradas, e esse processo gasta, no mínimo, mil litros de água a cada três minutos. “Piscinas coletivas são aspiradas de uma a três vezes por semana, conforme uso e frequência. Sendo assim, nesse tipo de piscina, é possível reutilizar de quatro mil a 12 mil litros mensais”, finaliza Félix.
Fonte: www.aecweb.com.br